domingo, 28 de fevereiro de 2016

O Diabo Mora Aqui: Filme de terror nacional surpreende e arranca ovação na Mostra de Tiradentes

Aclamado no exterior, filme de horror rodado no interior de São Paulo assombra o festival


Depois de assombrar a Catalunha e o 
México, com uma evocação dos cânones do terror, O Diabo Mora Aqui, produção de R$ 200 mil rodada no interior de São Paulo, enfim trouxe seu olhar sobre a Maldade para o Brasil em uma projeção que mobilizou a 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes, em Minas Gerais, na madrugada de sábado. A projeção, coroada por uma ovação popular nos minutos finais, serviu de "esquenta" para a carreira nacional deste thrillerpingando a sangue sobre o destino de dois casais jovens em um casarão colonial. 

Uma figura chamada Barão do Mel e um defunto saído da terra sedento de morte garantem tensão ao longa-metragem dirigido por Dante Vescio e Rodrigo Gasparini. Lá fora (e agora aqui) o filme vem arrebanhando elogios (e fãs) sobretudo pela fotografia de Kauê Zilli.

"No Brasil, ou o gênero de terror caminha para algo com cara de 'filme de arte', no qual o medo é abandonado em nome de um estilo, ou ele caminha para algo trash", diz Vescio. 

"Tentamos fazer algo diferente, entre essas duas vertentes, focado no horror, a partir das referências que temos", finalizou. "A proposta era tentar fazer na tela, no Brasil, aquilo que a gente gosta de ver em matéria de terror", explicou Gasparini.

Ecos do passado escravocrata brasileiro alimentam a porção fantasmagórica de O Diabo Mora Aqui, centrando-se nos rituais para a libertação de um bebê morto ao nascer e no ódio ancestral de um escravo (Sidney Santiago) vítima de humilhações nas mãos do senhor do casarão, encarnado com pelo catarinense Ivo Muller, ator que vem surpreendendo plateias no exterior desde sua aparição em Tabu (2012), do português Miguel Gomes. Ao longo de 79 minutos de viradas contínuas, o público de Tiradentes se deparou com uma nova abordagem brasileira para o gênero, mais próxima das referências de nosso folclore regional.

"Nosso esforço foi pegar um formato já conhecido - adolescentes numa casa -  e dar a ele um tratamento brasileiro, uma cor local", disse o produtor M. M. Izidoro, que levantou O Diabo Mora Aqui sem a ajuda de editais nem de incentivos públicos. "Há algo de familiar, mas exposto de uma maneira nova... nossa". 


Fonte: Omelete

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