terça-feira, 20 de maio de 2014

Pessoas, Lugares e Coisas - Stephen King (1960)


Publicado originalmente em People, Places & Things (Pessoas, Lugares e Coisas) de 1960, esse é uma das coletâneas de contos mais enxuta do Stephen King e seu amigo Chris Chesley, ela tem 18 contos, que foi publicada usando uma editora de mentira chamada “Triad Publishing Company”.

Chesley era um dos melhores amigos de infância de King. Eles aparentemente escreviam histórias juntos, ou sozinhos, para o divertimento da família e dos amigos.

Não me lembro se já disse em alguma postagem mas King é o Autor que mais Gosto de ler, gosto bastante também de Sidney Sheldon, S.D Perry e alguns outros livros de outros gêneros, mas o que me fascina de verdade são as Histórias de Terror.

Alguns Brasileiros estão até se dando bem no estilo. Gostei muito de Felipe Cangussu com "O Sacramento" e Dark Gero com "Obscura No Ponto", e não tem nem o que falar sobre o "Rei dos Vampiros" brasileiro André Vianco.

Por esse motivo trago aqui primeiramente 7 contos do mestre King e Chesley, pois os outros infelizmente foram perdidos.

O Estranho, O Hotel No Fim da Estrada, Tenho Que Escapar!, A Expedição Maldita, A Coisa No Fundo Do Poço, O Outro Lado Da Névoa e Nunca Olhe Para Trás.


Stephen King

O Estranho (The Stranger)

Kelso Black estava rindo.
Riu até que a mandíbula começou a doer-lhe e a garrafa de
whisky barato que segurava entre as mãos caiu sobre o solo.
Polícias idiotas! Tinha sido tão fácil. E agora tinha cinqüenta
notas das grandes em seus bolsos. Se o guarda tinha morrido, era por
única e tão somente sua própria culpa! Já que ele tinha se
atravessado no meio do seu caminho.
Rindo, Kelso Black levou novamente a garrafa aos lábios. Foi
quando ele escutou algumas pisadas na escada que levava ao sótão
onde ele havia se escondido.
Pegou sua pistola. A porta se abriu.
O estranho vestia uma jaqueta negra e um chapéu inclinado
sobre os olhos.
— Oi, olá! — disse — Kelso, venho lhe observado. Você me
agradou muito, sabia? — O estranho riu e lhe produziu um calafrio de horror.
— Quem é você?
O homem riu de novo.
— Você me conhece. Eu te conheço. Fizemos um pacto a mais
ou menos uma hora atrás, no momento em que disparaste no guarda.
— Largue-me! — a voz de Black se elevou estridentemente —
Largue-me! Largue-me!
— Chegou a hora de você vir comigo, Kelso — Lhe disse o
estranho com suavidade — Além do mais, temos um longo caminho
para percorrer.
O estranho tirou a jaqueta e o chapéu. Kelso Black contemplou
aquele Rosto.
Gritou.
Kelso Black gritou e gritou e gritou.
Mas o estranho apenas riu, e num instante, o quarto estava
silencioso. E vazio.
Somente havia um cheiro fortíssimo de enxofre.




O Hotel No Fim Da Estrada (The Hotel At The End Of The Road)

- Rápido! – disse Tommy Riviera – Rápido!
- Estou atingindo 120 agora! – disse Kelso Black.
- Os tiras estão logo atrás de nós – disse Riviera – acelere até
130.
Ele se apoiou para fora da janela. Atrás do carro fugitivo estava
uma viatura, com a sirene apitando e a luz vermelha piscando.
- Estou indo para a estrada lateral à frente! Grunhiu Black.
Ele girou o volante e o carro entrou na sinuosa estrada
espalhando pedregulhos. O policial coçou sua cabeça.
- Onde eles foram?
Seu parceiro carranqueado:
- Eu não sei. Eles simplesmente... sumiram!
- Veja – disse Black – Luzes a frente.
- É um hotel – Riviera disse maravilhado – Nesse fim de mundo,
um hotel! Isso serve perfeitamente! Os tiras nunca irão nos procurar
lá.
Black, não dando atenção aos pneus do carro, puxou o freio.
Riviera pegou uma mala preta no banco de trás do carro. Eles
entraram. O hotel parecia uma cena do inicio de 1900. Riviera tocou
o sino impacientemente. Um velho apareceu.
- Queremos um quarto! – disse Black
O homem os fitava silenciosamente.
- Um quarto! – Black repetiu.
O homem deu a volta e entrou no seu escritório.
- Ei, velhaco – Tommy Riviera disse – Eu não levo desaforo de
ninguém! – ele sacou sua 38 – Agora você nos dá um quarto.
O homem parecia pronto para continuar andando, mas por
último disse:
- Quarto cinco, final do corredor.
Ele não deu nenhum registro para eles assinarem, então eles
foram pro quarto. O quarto estava estéril, exceto por uma cama de
ferro dobrável, um espelho rachado e um papel de parede sujo.
- Ahh, que chiqueiro! – Black disse com desgosto – Aposto que
existem baratas suficientes para encher cinco galões.
Na manhã seguinte quando Riviera acordou, ele não conseguia
sair da cama. Não podia mover um músculo. Estava paralisado. Então
o velho entrou no quarto. Ele tinha uma agulha que colocou no braço
de Black.
- Então você está despertado – ele disse – Meu, meu, vocês dois
são minhas primeiras peças para o meu museu em 25 anos. Mas
vocês serão bem preservados. Vocês não morreram. Vocês ficaram
com o resto da minha coleção do museu vivo. Bons espécimes.
Tommy Riviera não conseguia simplesmente expressar seu
horror.

Minha Opinião em relação a esse conto: Gostei demais desse conto porque em poucas linhas pude ver o trailer de um filme que simplesmente Amo: A Casa de Cera.
Tiveram a mesma impressão?


Tenho que Escapar! (I've Got To Get Away!)

“O que estou fazendo aqui?”, perguntei-me de repente. Estava
terrivelmente assustado. Não conseguia me recordar de nada, mas ali
estava eu, trabalhando na linha de montagem de uma Central
Atômica. Tudo o que sabia é que me chamava Denny Phillips. É como
se eu acabasse de acordar de um sonho agradável. O lugar estava
bem vigiado e os guardas estavam bem vestidos, pareciam homens
de negocio e todos estavam armados de pistolas. Tinha outros
trabalhadores e pareciam zumbis. Pareciam prisioneiros.
Mas não importava. Tinha que descobrir quem era eu… que
estava fazendo ali.
Tinha que escapar!
Comecei a cruzar o andar, e um dos guardas gritou:
—VOLTE AQUI!
Corri sem direção , me joguei sobre um guarda, que caiu e saí pela
porta. Ouvi o estalido das pistolas, que estavam disparando contra
mim. Mas o pensamento persistia:
Tenho que escapar!
Tinha um novo grupo de guardas bloqueando a outra porta.
Pareceu que estavam meio atrapalhados, até que vi uma corrente
vinda do teto balançando-se. Agarrei-me nela e fui projetado cem
metros até que aterrizei. Mas não terminou bem. Tinha um guarda ali.
Disparou-me. Senti-me débil e mareado… apaguei num abismo
grande e escuro…
Um dos guardas tirou o boné e coçou a cabeça.
—Não sei não, Joe. O progresso é uma grande coisa… mas estes
x-238ª... Denny Phillips…, são uns bons robôs… mas de vez enquanto
se desorientam e parece que procuram algo… quase humano. Oh,
está bem.
Passou um caminhão que na lateral estava escrito: REPARAÇÃO
DE ROBÔS ACME.
Duas semanas mais tarde, Denny Phillips estava de novo no
trabalho… com um vazio no olhar. Mas de repente…
Seus olhos meio que despertaram… e o persistente pensamento
voltou a ele:

TENHO QUE ESCAPAR!!!


Minha Opinião em relação a esse conto: Engraçado que quase todos os contos desse livro me fazem lembrar filmes que foram lançados muito tempo depois, em anos atuais.
Esse em Especial me fez lembrar do filme estrelado por Will Smith "Eu, Robô", pelo simples fato de terem criado um Robô diferente dos outros, por algum motivo especial? Não sei mas a ideia nos remete ao mesmo pensamento.



A Expedição Maldita (The Cursed Expedition)

— Chegamos! — disse Jimmy Keller, olhando além do trem de
aterrissagem, para onde o foguete descansava no meio do deserto.
Um vento solitário soprava no deserto, e Hugh Bullford disse:
—Sim. Chegou à hora. Vamos conhecer Vênus. Mas será que
devemos mesmo sair da nave?
— Não sei — respondeu Keller — Simplesmente não sei.
O foguete estava aterrisado sobre Vênus. Bullford conferiu o ar
de Vênus e exclamou em tom assombrado:
— Mas..., o ar é bom, como o velho ar da Terra! Perfeitamente
respirável.
Ambos saíram, e foi a vês de Keller se espantar.
— Cara, é como uma primavera na Terra! Tudo luxurioso,
verde e bonito. Cara, é... é o Paraíso!
Saíram para o exterior do foguete. As frutas eram exóticas e
deliciosas, a temperatura perfeita. Quando caiu à noite dormiram.
— Vou chamá-lo de "O Jardim do Éden" — Disse Keller com
entusiasmo.
Bullford contemplava o fogo.
— Eu não gosto deste lugar, Jimmy. Sinto que algo está
errado. Há algo... maligno por aqui.
— Estavas feliz no espaço? — Zombou Keller — Durma.
Na manhã seguinte James Keller estava morto.
Em seu rosto havia uma expressão de horror que Bullford
desejara nunca ter visto.
Bullford tentou contato com a Terra depois de enterrá-lo. Não
obteve resposta. O rádio estava mudo. Bullford desmontou-o e
montou-o novamente, não havia nada de errado com o rádio, mas o
fato persistia: não funcionava.
A preocupação de Bullford aumentou. Saiu correndo. A
paisagem continuava agradável e feliz. Mas Bullford podia notar a
maldade nela.
—Você o matou! — Gritou — Eu sei!
De repente o solo se abriu na sua direção. Voltou correndo à
nave, à beira do pânico. Mas antes colheu uma amostra de terra.
Analisou a terra e então o terror tomou conta dele. Vênus
estava viva.
De repente a nave espacial se inclinou e caiu. Bullford gritou.
Mas a terra se fechou por cima dele, parecendo lábios se fechando.
Depois voltou à normalidade, esperando à próxima vítima...

Minha Opinião: Vênus um Monstro, Animal, Sinistro!



A Coisa No Fundo Do Poço (The Thing at the Bottom of the Well)

Oglethorpe Crater era um malvadinho feio e mesquinho. Ele carinhosamente amava incomodar cachorros e gatos, arrancar as asas de moscas e observar minhocas contorcerem-se enquanto ele vagarosamente as despedaçava (Isto perdeu a graça quando ele ouviu que minhocas não sentiam dor alguma). Mas sua mãe, tola como era, não enxergava seus erros e traços. Um dia a cozinheira abriu a porta perto da histeria e Oglethorpe e sua mãe vieram pra casa de um cinema.

"Esse garoto horrível amarrou uma corda através das escadarias do porão, então quando eu fui lá embaixo para pegar batatas eu caí e quase me matei" - ela gritou.

"Não acredite nela! Não acredite nela! Ela me odeia!" – chorava Oglethorpe, lágrimas saltando de seus olhos. E o pobre pequeno Oglethorpe começou a soluçar como se seu coraçãozinho fosse se partir.

Sua mamãe demitiu a cozinheira e Oglethorpe, querido pequeno Oglethorpe, subiu para seu quarto onde ele dava agulhadas em seu cachorro, Spotty. Quando mamãe perguntou porque Spotty estava chorando, Oglethorpe disse que ele tinha um pedaço de vidro em sua pata. Ele disse que iria retirá-lo. E mamãe viu o querido pequeno Oglethorpe como um bom Samaritano.

Então um dia, enquanto Oglethorpe estava no quintal procurando mais coisas para torturar, ele viu um profundo e escuro poço. Ele chamou, pensando que ouviria um eco.

"Hello"

Mas uma voz suave respondeu, "Olá Oglethorpe"

Oglethorpe olhou pra baixo, mas não conseguia ver nada. "Quem é você" Oglethorpe perguntou.

"Venha aqui embaixo", disse a voz, "E nós teremos uma alegre diversão."

Então Oglethorpe desceu.

O dia se passou e Oglethorpe não voltava. Mamãe chamou a polícia e um grupo de procura foi formado. Por volta de um mês eles procuraram pelo queridinho Oglethorpe. Apenas quando eles estavam perto de desistir eles acharam Oglethorpe totalmente morto.

E como ele deve ter morrido!

Seus braços foram arrancados fora, como pessoas arrancam asas de moscas. Agulhas foram fincadas em seus olhos e há outras torturas horríveis demais para se mencionar.

À medida que eles cobriam seu corpo (o que sobrou dele), e o velavam, parecia realmente que eles ouviram uma gargalhada do fundo do poço.

Minha Opinião: Nossa! Esse sem duvida foi o 1° Conto que Stephen King mostra o que passa em sua cabeça perturbada, um terror de verdade.



O Outro Lado da Névoa (The Other Side of the Fog)


    Quando Pete Jacobs parou, a neblina imediatamente absorveu sua ele não podia ver nada além da manta branca ao seu redor. Isto deu a ele a sensação estranha de ser o último homem do mundo.

    De repente Pete parecia atordoado. Seu estomago fazia flip-flop. Sentiu-se como uma pessoa num elevador caindo. Então isto passou e ele caminhou. A neblina começou a sumir e os olhos de Pete se abriram com o susto, temor e admiração.
    Ele estava no meio de uma cidade.
    Mas a cidade mais próxima ficava a quilômetros de distancia!
    Mas que cidade! Pete nunca tinha visto nada igual.
    Os graciosos edifícios com pontas que pareciam alcançar o céu. Pessoas andando em faixas condutoras motoras.
    A Base de um arranha-céu dizia Abril, 17, 2007. Pete foi para o futuro. Mas como?
    De repente Pete estava assustado. Horrivelmente, terrivelmente assustado.
    Ele não permaneceu aqui. Ele não podia ficar. Ele correu de volta a neblina.
    Um policial num estranho uniforme gritou furiosamente. Estranhos carros que percorrem seis polegadas ou algo saíram do chão minunciosamente e atiraram nele. Mas Pete teve sorte. Ele correu de volta a neblina e logo tudo estava branco.
    Então a sensação voltou. Aquela estranha sensação de estar caindo... então a neblina começou a sumir.
    Parecia com sua casa...
    De repente houve um grito rachado. Ele virou para ver um enorme brontossauros pré-histórico em sua direção. O desejo de matar estava em seus pequenos olhos.
    Apavorado, correu para neblina outra vez...
    Da próxima vez que a neblina aproximar-se de você e ouvir passos apressados correndo através da brancura... grite.
    Seria Pete Jacobs, tentando achar seu lado na Neblina.
Salve o pobre homem.

Seria um Prólogo de Nevoeiro?



Nunca Olhe Atras de Você (Never Look Behind You)

    George Jacobs fechava seu escritório, quando uma velha mulher se sentiu livre para entrar.
    Dificilmente alguém andava através daquela porta estes dias. As pessoas o odiavam. Por quinze anos ele escolheu pessoas com dinheiro no bolso. Ninguém nunca esteve habilitado para surpreendê-lo num processo. Mas, voltando á nossa curta história.
    A velha mulher que entrou tinha uma feia cicatriz na bochecha esquerda, suas roupas eram em sua maioria trapos imundos e outro material cru. Jacobs estava contando seu dinheiro.
    - Certo! Cinquenta mil, novecentos e vinte e três dólares e sessenta e dois centavos.
    Jacobs gostava de ser preciso.
    - Realmente muito dinheiro - ela falou alto - Ruim por não poder gastá-lo.
    Jacobs girou ao redor.
    - Por que... quem é você? - ele perguntou meio surpreso - Que direito você tem de me espiar?
    A mulher não respondeu. Ela levantou sua mão óssea. Tinha um flash de fogo em sua garganta - e um grito. Então, com um murmurio final, George Jacobs morre.
    - Eu penso o que - ou quem - poderia tê-lo matado? Disse um jovem homem.
    - Estou contente que ele foi. Disse outro.
    Aquele era sortudo.
    Ele não olhou atrás dele.



Um comentário:

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