O famoso game exclusivo para Playstation que foi cancelado.
Em 1998 os games de conteúdo mais adulto enfrentavam problemas bem sérios no mundo todo. Era cada vez maior número de casos de mortes e massacres em locais públicos. De um jeito ou de outro, a mídia sempre encontrava uma maneira de culpar os vídeo games por tais eventos. Com o protesto de pais e grupos conservadores, mais o apoio dos meios de comunicação, jogos como Doom, Duke Nukem Postal e Carmagedoom tornaram-se impopularidade entre as autoridades e políticos. Eventualmente, estes jogos foram proibidos em vários países, inclusive no Brasil.
Enquanto os debates controversos rolavam a solta no mundo todo, o tão esperado Thrill Kill nem chegou a ver a luz do dia. Com certeza, teria sido o game de luta mais revolucionário da história. Mas afinal, qual foi o motivo para Thrill Kill receber o triste destino do cancelamento, antes mesmo de ser lançado no mercado?
Almas perturbadas brigando por uma segunda chance.
Este aviso aparece antes de começarmos a jogar. Já da pra ter
uma ideia do que vai rolar pelo resto do game, né?
A trama de Thrill Kill se passa numa versão urbanizada do inferno. Marukka, deusa dos segredos, se sentia entediada com sua rotina. Um dia, ela decide organizar um torneio de lutas entre as almas mais perturbadas do inferno. O vencedor do torneio teria a chance de enfrentá-la em um combate final, e vencendo-a, a alma teria uma segunda chance de viver na terra. O torneio é composto pelas seguintes pessoas.
Belladonna: Ela era dona de casa e bibliotecária. Descobre que o seu marido está a traindo com sua irmã. Então ela se vinga dos dois, os matando com um bastão elétrico, vestida de dominatrix. Ela morreu quando estava tomando banho e tomou um choque com o próprio bastão. O caso foi arquivado como acidental.
Cleetus: Era um canibal caipira que luta com a perna decepada de uma de suas vítimas do passado. Ele morreu de fome depois de contrair uma infestação de tênia. O seu zeramento mostra quando o inspetor vai até seu matadouro e Cleetus o joga na máquina de triturar.
Dr. Faustus: Era um cirurgião plástico louco de Los Angeles. Ele desfigurava os rostos de seus pacientes por prazer. Está armado com um bisturi e tem um conjunto de metal ligado ao seu rosto que lembra uma armadilha de urso. Ele morreu de infecção causada pela adição dessa coisa em seu rosto. No seu zeramento, mostra suas cirurgias plásticas.
The Imp: Era um funcionário do governo. Um anão violento com complexo de Napoleão, andando sempre apoiado por pernas de pau. Ele morreu por uma complicação após amputar suas duas pernas e substituí-las por palafitas. No seu zeramento aparece ele sonhando em ser presidente.
Mammoth: Uma gigantesca criatura feroz simiesca que era trabalhador postal. Ele tinha esse apelido de Mamute obviamente por seu tamanho. Após ser demitido, ficou furioso e matou vários de seus colegas e clientes num tumulto sangrento. Depois disso ele se matou com um tiro. Seu zeramento o mostra matando uma velhinha e um cachorro e os colocando numa caixa de correio.
Oddball: Era um agente do FBI que, de tanto investar casos de Serial Killers, acabou se tornando um deles. Por vezes ele parece estar preso a uma camisa de força. Em outras parece ter os braços amputados. Ele luta com sua cabeça, tronco e membros inferiores. Foi morto pela pessoa que protegia. No seu zeramento aparece seus crimes.
Tormentor: Era um juiz vigilante sádico. Usa correntes para lutar. Foi condenado à cadeira elétrica por absorver criminosos e depois os torturar antes de matar. Seu zeramento o mostra matando criminosos.
Violet: A personagem mais jovem do jogo. Era contorcionista de circo que desenvolveu um ódio por homens, depois que um a atacou em seu camarim após uma apresentação. Ela morreu por ferimentos internos, logo após a sua medula espinhal se romper. No seu zeramento aparece seu assassinato.
É cada um por si!
A maior novidade de Thrill Kill seria o modo de luta. Quatro lutadores em uma arena, trocando pancadas até a morte. A ideia certamente era muito boa e teria sido um avanço e tanto para um gênero que não traz muito espaço para novidades. É cada um por si, o que cria um tipo de estratégia sem precedentes para um jogo de luta. O combate chega ao fim somente quando um dos quatro permanece vivo. O vencedor geralmente pode aplicar um golpe fatal (mas em vez de Fatalities, aqui chamamos esse golpe de Thrill Kill). Os golpes são bem brutais, coisas como arrancar membros usando correntes, decapitar com uma série de chutes no pescoço, enfiar uma perna de pau goela abaixo outras coisas bem radicais que se pode esperar de um game do gênero.
O design gráfico ajuda a deixar tudo mais grotesco. As lutas acontecem em uma versão urbana do inferno. Algumas das fases mais perturbadoras são uma sala acolchoada de hospício e um necrotério. Para a época, os gráficos eram bem realistas e com um alto nível de gore.
Cabeças rolando e salas manchadas de sangue são mais que comuns ao longo das partidas, e os efeitos sonoros são bem aplicados. Mesmo a versão final do game teria algumas censuras. Um dos fatais de Belladona seria a mulher aplicando um sexo oral em seu oponente, a cena foi trocada por ela lambendo os pés do adversário. A moça também deveria ter um par de seios maiores. Cleetus deveria comemorar suas vitórias comendo uma perna humana, mas isso também foi trocado pelo canibal com a boca melada de sangue falando "delicioso".
O jogo cancelado mais “vendido” do Playstation 1.
Thrill Kill estava sendo desenvolvido pela Paradox Development e seria publicado pela Virgil Games. Tudo ia bem, até a Virgil ser comprada pela EA Games, e consequentemente, todos os estúdios pertencentes à Virgil passaram a ser da nova publicadora. Desse modo, a AE Games decidiu cancelar Thrill Kill para preservar a imagem da empresa, pois considerou o jogo muito brutal. Outras publicadoras se interessaram pelo título, mas a EA não quis nem mesmo vender o projeto por achar seu conteúdo excessivamente ofensivo.
Thrill Kill já estava praticamente finalizado. Faltavam apenas mais alguns detalhes para que o game fosse considerado 100% desenvolvido. Mas o cancelamento do título impediu que tais detalhes fossem concluídos. Revoltados com a decisão, os funcionários do estúdio deram um jeito de lançar o jogo pela internet. Logo, muitas versões do game passaram a circular por diversos sites na internet, inclusive aquela que seria a versão final. No final da década de 90 e inicio dos anos 2000 a pirataria do Playstation 1 já estava bem difundida. Assim, muitos vendedores “alternativos” passaram a vender o exemplar final de Thrill Kill. Mesmo com o seu cancelamento, este é um dos games mais jogados e populares do Playstation.
Mesmo não tendo seu lançamento oficial, há bastante polêmica em volta de Thrill Kill. Há um grande grupo de jogadores que acreditam que, mesmo que fosse lançado nos dias de hoje, o jogo provocaria muitos debates e também acabaria proibido. Os temas são bem controversos e pesados, falando de assassinatos, bestialidade, estupro e canibalismo. Para a EA Games o game abusava do direito de ser grotesco. Ainda há aquelas velhas histórias que são contadas em fóruns de internet. Relatos de jogadores que se mataram devido ao conteúdo perturbador do game, ou mataram pessoas. Nada comprovado, claro! Mas assusta aos desavisados e aos fracos de mente.
Apesar de tudo isso, Thrill Kill é um grande game e vale muito à pena conferir. Sua jogabilidade bem diferente e seu conceito são mais que o suficiente para fisgar qualquer bom apreciador de games de luta. É muito fácil encontrar Thrill Kill. Basta procurar em qualquer bom site especializado em ISOS, que você encontra a versão final para gravar ou jogar diretamente em um emulador.
Thrill Kill é animal!
Fonte: Sabe Point
Realmente esse jogo é animal! Pelo fato do meu computador ser mais fraco, eu tenho a versão Beta do Thrill Kill
ResponderExcluirbaixado, ele não possui músicas e também não tem a intro do jogo e nem os finais dos personagens. Porém ele é totalmente sem censura e possui gráficos impecáveis.