quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

As 5 histórias favoritas do Stephen King escritas por ele mesmo


Desde o lançamento de seu primeiro romance, em 1974, Stephen King já publicou mais de setenta livros. Além do gênero pelo qual se consagrou, o mestre do terror já escreveu fantasia, suspense, thrillers e drama, e continua explorando gêneros diversos: em seu trabalho mais recente, King envereda pelos campos do romance noir.


Com narrativas que misturam mistério, terror e investigações policiais, a literatura noir surgiu nos Estados Unidos pouco depois da Primeira Guerra Mundial. Com histórias lançadas em revistas pulp, publicações bastante baratas, o gênero consagrou autores como Raymond Chandler, James M. Cain e Dashiell Hammett, que permanecem até hoje grandes referências da literatura policial.


Na ocasião do lançamento de Billy Summers, em outubro deste ano, Stephen King deu uma entrevista a Stephen Colbert e contou ao apresentador quais são as cinco obras que mais gostou de escrever. Confira aqui quais foram:


 



Cedo ou tarde, a pergunta se apresenta a todo estudante de Medicina. Até que ponto o paciente suporta um trauma? Instrutores diferentes respondem à pergunta de diferentes maneiras, mas, reduzida a seu nível básico, a resposta é sempre outra pergunta: Até que ponto o paciente deseja sobreviver?


Publicado na coletânea Tripulação de esqueletos, “Sobrevivente” é um conto epistolar – e, segundo Stephen King, seu conto favorito – que narra a história do cirurgião Richard Pine. Isolado em uma ilha no Oceano Pacífico, sem comida nem recursos e com um estoque enorme de heroína, ele relata em um diário suas experiências que, aos poucos, vão se tornando cada vez mais desconexas, refletindo a decadência e insanidade causadas pela fome, pelo isolamento e pelo uso de drogas. Resiliente, como se autodescreve, e determinado a sobreviver, Pine será levado a tomar medidas extremas.


 




As trevas tinham precedido a dor e a nuvem de tempestade. Ele come­çou a se lembrar do que precedera as trevas enquanto ela relatava o que tinha lhe acontecido. Isso aconteceu logo depois de ele fazer as tradicio­nais perguntas do tipo “acordei-de-um-sono-profundo” e ela informar que estavam na pequena cidade de Sidewinder, Colorado. Além disso, afirmou já ter lido todos os seus oito romances pelo menos duas vezes, e que tinha lido os romances da heroína Misery — os seus favoritos — quatro, cinco, talvez seis vezes. Annie disse que queria muito que ele conseguisse escrevê-los mais depressa. Disse que mal pudera acreditar que seu paciente era o famoso Paul Sheldon, mesmo depois de verificar a identidade na carteira.


Para Stephen King, Misery foi um livro “divertido de escrever, como um show do Led Zeppelin”. Na obra, Paul Sheldon é um escritor de romances históricos de sucesso. Na tentativa de abrir espaço na carreira para explorar outros gêneros literários, ele encerra sua famosa série de livros protagonizadas por Misery Chastain com a morte da personagem no último volume, enquanto ela dava à luz. Seu agente não gosta da ideia, mas ele está determinado a não ser mais um autor reconhecido somente pelo gênero que o consagrou. Isolado em um chalé no Colorado, ele termina o manuscrito de seu próximo romance, mas, depois de comemorar com muito champanhe, ele sai de carro e, em meio à forte nevasca, sofre um acidente grave.


Ele é resgatado por Annie Wilkes, enfermeira aposentada e leitora voraz que se declara sua fã número um. O desfecho da história de Misery, porém, despertou em Annie indignação e revolta. Para que Sheldon mude o rumo que tomou a vida de Misery, a senhora carismática o manterá sob torturas e ameaças, até que consiga fazer com que o autor enfim escreva o desfecho dessa história que considera apropriado.


 




Aos olhos do público, as esposas de escritores famosos são invisíveis, e ninguém sabia disso melhor que Lisey Landon. O marido dela ganhara o Pulitzer e o National Book Award, mas Lisey dera apenas uma entrevista na vida. Fora para a conhecida revista feminina que publica a coluna “Sim, sou casada com ele!”. Ela gastou praticamente metade das quinhentas palavras da matéria explicando que seu apelido rimava com “Sisi”. A outra metade quase inteira tinha a ver com sua receita de rosbife de cozimento lento. Amanda, irmã de Lisey, disse que ela saiu gorda na foto que acompanhava o texto.


Já faz dois anos que Scott Landon, escritor famoso que movia multidões de fãs, sofreu um atentado a tiros no evento de inauguração da construção da biblioteca da cidade em que morava. Sua esposa, Lisey, ainda profundamente enlutada, revisita os pertences e escritos que o marido deixou. Perseguida e atormentada por pessoas que querem que entregue aos fãs o material deixado pelo escritor, Lisey começa a relembrar o passado do marido e estranhos eventos de seu casamento que suprimira e, aos poucos, vai encontrando as pistas necessárias para salvar a própria vida.


Love: A história de Lisey foi adaptado para uma série da Apple TV+, estrelando Julianne Moore, como Lisey, e Clive Owen, como Scott Landon.


 




As coisas mais importantes são as mais difíceis de expressar. São coisas das quais você se envergonha, pois as palavras as diminuem — as palavras reduzem as coisas que pareciam ilimitáveis quando estavam dentro de você à mera dimensão normal quando são reveladas. Mas é mais que isso, não? As coisas mais importantes estão muito perto de onde seu segredo está enterrado, como pontos de referência para um tesouro que seus inimigos adorariam roubar. E você pode fazer revelações que lhe são muito difíceis e as pessoas te olharem de maneira esquisita, sem entender nada do que você disse nem por que eram tão importantes que você quase chorou enquanto as estava contando. Isso é pior, eu acho. Quando o segredo fica trancado lá dentro não por falta de um narrador, mas de alguém que compreenda.


Publicada na coletânea Quatro estações, a novela se passa em 1960, no Maine, na cidade fictícia de Castle Rock, quando Ray Brower, um garoto de doze anos, desaparece e é dado como morto.


Gordie LaChance está sofrendo com a trágica perda do irmão mais velho, Dennis, que sempre fora um exemplo para jovem garoto. Os pais de Gordie continuam extremamente abalados com a perda do filho e não parecem estar se recuperando. Chris Chambers, melhor amigo de Gordie, também sofre com a família: seu pai é alcoólatra e abusivo e, em casa, espera-se que os meninos se tornem delinquentes.


Em um dia de verão, Gordie, Chris e Teddy Duchamp – outro amigo da dupla – são abordados por Vern Tessio: ele ouviu o irmão mais velho dizer que sabe onde está o cadáver de Ray Brower. Os quatro amigos decidem, então, partir para encontrar o corpo do menino e se tornarem heróis.


O corpo foi adaptado em 1986 para o longa Conta comigo (Stand By Me), estrelando Wil Wheaton, River Phoenix, Corey Feldman, Jerry O'Connell e Kiefer Sutherland. Além disso, o conto serviu como uma das inspirações da série da Netflix Stranger Things, junto com outras obras de Stephen King.


 




Billy Summers está sentado no saguão do hotel, esperando a carona. É meio-dia de uma sexta-feira. Apesar de estar lendo um gibi da Turma do Archie, ele está pensando em Émile Zola e no terceiro livro de Zola, o revolucionário Thérèse Raquin. Está pensando em como esse é um livro de um autor jovem. Em como Zola começava a explorar o que acabaria sendo um veio mineral profundo e fabuloso. Está pensando que Zola era – é – um Charles Dickens em versão pesadelo. Está pensando que isso seria uma boa tese para um ensaio. Não que ele já tenha escrito algum.


Billy Summers é o melhor assassino de aluguel do ramo. É veterano da guerra do Iraque, um dos melhores atiradores do mundo e hábil quando se trata de desaparecer depois da execução. Mas ele tem um critério: só aceita executar o serviço se o alvo for uma pessoa verdadeiramente ruim. Billy está prestes a se aposentar, mas é convidado a aceitar um último trabalho difícil de recusar.


Ele se instala, então, em uma pequena cidade interiorana disfarçado de um escritor que enfrenta um bloqueio criativo, enquanto espera que seu alvo seja transferido para julgamento. Mas Billy não fazia ideia das traições, perseguições e vinganças que o aguardavam no último trabalho de sua carreira.



Fonte: Blog da Companhia

Um comentário:

  1. Esse cara é assustador, parece pertubado...acredito que os filmes marcaram muito, muito mais que os livros...valeu!!!!

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