Danay Garcia, que interpreta Luciana na série Fear the Walking Dead, fala sobre o que a “parede” significa para A Colônia, sua apresentação sangrenta ao set e ela ensinando espanhol a Frank Dillane.
P: O que, imediatamente, se destacou para você sobre Luciana?
Danay Garcia: Primeiramente, o fato de estarmos em um apocalipse ajustou o tom completamente. Neste mundo, nós perdemos muitas pessoas – nossos amados são infectados e morrem. Quando tudo é retirado de você, quando não há mais nada além de humanos… Nós mudamos, nos ajustamos e nos adaptamos. Eu foquei em quão capaz ela era de se adaptar e quanto ela poderia se esticar para sobreviver. Quando você se depara com situações de alto-risco, você tem que ter uma cabeça forte. São em tempos difíceis que sua personalidade se destaca e você descobre coisas suas que você não conhecia. Eu me desafiei como atriz para descobrir a paixão que ela tinha. Ela sente o fator abandono, mas ainda supera e acha um grupo. A qualquer tempo ela pode perder alguém e, como humanos, nós não estamos treinados a perder as pessoas que amamos. Nós queremos ficar com ela para sempre. O que me impactou foi a sua habilidade de deixar rolar e se agarrar ao que está à sua volta para sobreviver. Isso foi incrível.
P: Após apenas dois episódios você já estava coberta de sangue dos infectados! Essa foi uma boa apresentação ao set?
Danay Garcia: A primeira vez em que eu apareci, tudo o que eu vi foi um bando de pessoas cheias de sangue. (Risos) Eu pensei: “Em algum momento isso irá acontecer comigo”. Esse momento acabou sendo no dia seguinte e eu estava coberta de sangue… Só mais um dia no set! (Risos)
P: Fale um pouco sobre o que está acontecendo com “a parede” no episódio 9. As pessoas estão se sacrificando pela comunidade?
Danay Garcia: A cultura mexicana tem três tipos de mortes e seu relacionamento com a morte é único. Há o dia em que você morre, o dia em que você é enterrado e o dia em que você é esquecido. Quando esse apocalipse aconteceu, os mortos não foram enterrados e eles são usados como uma forma de sobreviver dos humanos. Eles não estão se protegendo dos mortos, e sim, dos humanos. Esse é o perigo real. Então, quando alguém é infectado, eles têm que se juntar à “parede”. Não é um sacrifício. Eles se entregam antes de infectar qualquer outra pessoa que eles amam dentro de La Colonia. Os mortos são nossos vizinhos e amigos. Nós os reconhecemos e, com certeza, é difícil, mas é a única maneira de sobreviver. Nós nos protegemos, estando vivos ou mortos. Para mim, isso é um ato de amor. É um pensamento fora da caixa, mas faz muito sentido nesta circunstância. O ditado em espanhol é: “Da morte nós viemos e à morte nos entregamos”. É lógico querer proteger as pessoas que você ama. É um instinto universal.
P: Alejandro é bem interessante. O que você acha dele?
Danay Garcia: Alejandro é quem fornece a liderança emocional para La Colonia. Ele é o homem que sabe como por tudo que eles acreditam em palavras para que todos possam sentir entender como fazer sentido do mundo. Ele certamente é um sobrevivente neste mundo. Luciana tem um respeito enorme por ele e confia, plenamente, nele, quase como um pai. Ele fez muito pela cidade e fez com que todos encontrassem a paz nessa situação.
P: Por que você acha que a Luciana se envolve com Nick? Você vê alguma similaridade entre os dois?
Danay Garcia: Nick e Luciana têm a questão do abandono. Eles são dois órfãos nesse mundo. Nick é um órfão por opção. Ele deixou sua família para trás e foi embora por conta própria. No momento em que eles se encontram, eles pensam que não é possível amar novamente porque eles foram treinados para sobreviver. Quando eles se encontram, parece que eles podem sobreviver juntos por causa do costume com a intensa dor e por serem mal interpretados. Eles são corajosos e dão forças um ao outro.
P: Você fez com que o Dillane falasse espanhol?
Danay Garcia: Frank era hilário porque ele não sabia nada! Ele não sabia como dizer “uno”, então eu brincava com ele em espanhol e ele não sabia do que eu estava falando. Nick não sabe como falar espanhol, mas ele está tentando para poder ficar nesse lugar, e é um obstáculo que ele tem que ultrapassar. Frank é um ator incrível e ele se entregou completamente para a língua. Ele, realmente, pegou o dicionário e fez anotações que ele postou em todos os lugares do set. Era a sua letra de verdade nas anotações. Depois de alguns meses trabalhando juntos no México, comprando café ou o que seja, eu o ouvi falando espanhol, finalmente, e pensei: “Ai, meu Deus!” Eu estava tão orgulhosa dele.
P: Sua personagem é tão forte. Foi fisicamente desafiador se preparar para o papel?
Danay Garcia: Fisicamente, foi um grande desafio. Eu comecei a me sentir um pouco como uma soldada. Eu venho de um histórico de dança e eu estou acostumada a longas horas de atividade física e, constantemente, desafio meu corpo para dar a melhor performance. Pega você de tempo em tempo, mas foi um ajuste interessante e lindo a este mundo. Em um nível emocional, eu pensava: “Uau, que semana infernal!” (Risos) Isso não é um ambiente natural ao qual estamos acostumados a viver. Eu era feliz nos sábados quando via tudo limpo, mas era ótimo porque eu estava lidando com o mundo da Luciana. Então, quando eu voltei para o meu mundo, eu pude aproveitar o melhor dos dois mundos.
P: Nick pega um pouco do bolo da mercearia que é da gangue. Além dos itens práticos como água, qual é um item que você gostaria de achar?
Danay Garcia: Eu gostaria de pegar um pacote de bolacha Oreo. (Risos) Eu ficaria bem feliz ao voltar para La Colonia comendo chocolate. Não importa a quanto tempo está na mercearia. Será tão bom quanto um novo!
Fonte: Fear The Walking Dead BR
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