Depois de meses de espera, finalmente nós conseguimos descobrir o que ocorre após o ataque na fronteira México/Estados Unidos. O AMC nos enviou antecipadamente os dois primeiros episódios para assistirmos e analisarmos. O que tenho a dizer de antemão sobre essa terceira temporada é que Fear the Walking Dead não deixa a desejar.
O primeiro episódio é agoniante e pesado na medida certa. Ao ponto de prender os olhos do espectador do inicio ao fim. A trilha sonora, as interpretações e os diálogos deixam tudo muito completo.
Se até a presente temporada Fear não havia declarado um líder para o grupo de sobreviventes, já que esse manto era dividido por Madison, Travis e Strand, parece que finalmente descobrimos quem é o chefe. Pela primeira vez numa ficção sobre zumbis, parece que teremos uma mulher como o centro de todas as decisões.
Madison está espetacular. Não há ninguém tão badass quanto ela em Fear. Assistindo-a lembrei daquela antiga história sobre as mães que se assemelham a leoas. E de fato, é isso que vemos. Ela está disposta a tudo para salvar quem ela ama. Está tão durona que surpreende com a criatividade na hora de render os inimigos. Em uma cena agoniante ela utiliza um objeto comum no nosso dia a dia e inimaginável para render todo um grupo.
Frank Dillane como Nick Clark – Fear the Walking Dead 3ª Temporada
Travis é outro que surpreende. Eu nunca fui omisso quanto ao desprezo que sentia pelo personagem. Ele era mole, enjoativo, desnecessário, nécio e parecia sempre atrasar o grupo. Mas, em um episódio ele pareceu me conquistar. Nessa terceira temporada Travis chega de modo diferente. É como se a morte de Chris e o assassinato de seus dois carrascos no hotel tivessem o feito acordar para a realidade do novo mundo. Ele está disposto a fazer tudo o que é necessário para manter todos os que ama vivos e a salvos.
Se eu tivesse que apontar um personagem que me decepcionou nessa volta, infelizmente apostaria todas as minhas fichas no nome de Nick. Já se passaram duas temporadas inteiras com uma promessa de um grande personagem vindo do garoto. Mas, parece que ele nunca sai do mesmo enredo: rebelde sem causa, antissocial, distante da família, não adaptação em grupos. Quando tudo parece que irá mudar no personagem, ele torna a ser o mesmo. Ponto para a ala feminina da série.
Alicia sempre foi alguém que me chamou atenção. Ela é diferente, não é a personagem mais durona, mas ao mesmo tempo consegue captar o que deve fazer para contribuir ao grupo. Infelizmente, tenho que dizer que nesse primeiro episódio, apesar de ter boas cenas, Alicia novamente não é muito explorada. Contudo, o misto de sua doçura com sua determinação em manter todos bem é louvável.
Daniel Sharman como Troy Otto – Fear the Walking Dead 3ª Temporada
Tornamos a ver Nick, Luciana e todos os que os acompanharam desde a queda em Tijuana. Novos personagens são adicionados ao elenco de sobreviventes principais. Na verdade, personagens muito profundos e interessantes que até o momento não se definem como vilões ou mocinhos.
Um grande ponto para esse episódio (além de todos os outros já comentados) é as referências à série original. O cenário em que se desenvolve esse primeiro capítulo é uma grande referência à quinta temporada de The Walking Dead. Praticamente vemos os “bois” indo para o matadouro.
Com uma cena final intensa, Fear consegue alcançar um grande nível. São tantos walkers emboscando os sobreviventes que é quase impossível de entender como eles se saem tão bem (ou não). Depois de minutos de tensão você consegue respirar, mas aí vêm os créditos do episódio.
Nesse terceiro ano, Fear está almejando se fixar no mesmo patamar que a série que a originou. E, eu tenho que lhe incentivar a olhar a série secundária se ainda não a assistiu, pois apesar das muitas críticas que sofreu nas duas primeiras temporadas (na maioria por pessoas que não se atentaram muito bem a real história) Fear está crescendo de uma forma maravilhosa. Acredito que até mesmo possa superar sua antecessora.
Fonte: Fear The Walking Dead BR
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