A quase perda de Michael Cudlitz, explicação da origem de Daryl, e qual membro do elenco quase se tornou Michonne? Enquanto a AMC lança Fear the Walking Dead, o elenco da série original relembra seus primeiros dias no antigamente não conhecido drama zumbi. Confira:
Andrew Lincoln (Rick):
Lembro-me de andar pelo meu hotel, já que tinha chegado da Inglaterra e tive um jetlag terrível antes de fazer um teste de elenco com Frank Darabont. Senti-me como um rato de laboratório, eu estava completamente obcecado por isso. Estávamos nos jogando de um penhasco de mãos dadas com esse projeto, esperando que o paraquedas abrisse. Jon Bernthal (Shane) já havia sido selecionado, lembro-me de fazer uma grande cena com ele no carro e pensei, “Essa foi uma ótima tomada, e em uma delas, nós realmente nos damos bem.” Fiquei ouvindo esses barulhos e pensei que era o motor do carro, nós olhamos em volta e percebemos que um dos cachorros de Jon dormiu e estava roncando no meio da minha tomada.
Pensei “nunca conseguirei esse papel”… a AMC ofereceu o papel pra mim logo depois que eu posei na Inglaterra. Lembro-me de conhecer a Sarah Wayne Callies no dia antes de começarmos a filmar, e ela olhou para mim e disse, “Não estrague essa dessa vez!” Ela foi escolhida logo após eu.
Lennie James (Morgan) foi escolhido antes de todos. Isso foi algo bem sagaz. Eles estavam tentando encontrar Rick fazia tempo, e eu estava prestes a gravar um filme na Inglaterra, mas tive que sair porque meu filho havia nascido um pouco antes, e quando minha filha nasceu, eu fiz uma promessa que nunca faria isso de novo. Aí eu tive que voar para L.A. para uma audição para The Walking Dead. Eu tinha um amigo para me substituir nesse filme, e no outro dia, o roteiro da AMC chegou. Eu devia estar no radar deles junto a Frank, e ele queria que eu fizesse o teste. Foi bem incrível.
Lennie James (Morgan):
O processo de audição foi bem convencional para mim quanto para o que The Walking Dead estava preocupado. A brilhante equipe de seleção me ligou e me colocou no teste.
Uma oferta foi feita talvez umas duas ou três semanas depois. Foi o começo de uma coisa toda e ninguém tinha ideia de que isso duraria mais que os primeiros seis episódios, muito menos que iria se tornar o que é hoje. A coisa mais engraçada é olhar para trás e lembrar quantas vezes ouvi alguém falar com a mais absoluta certeza que tudo isso não funcionaria.
Sarah Wayne Callies (Lori):
Não tinha ideia de quão grande seria. Pensei que era algo novo e bem empolgante. Andy Lincoln e eu fizemos uma aposta de que se chegasse a um milhão de espectadores, talvez nos dessem a segunda temporada. Foi só isso que antecipamos. Eu li os quadrinhos depois que fui à audição, mas nunca tinha ouvido sobre antes.
Projeto atual: Colony
Jon Bernthal (Shane):
A audição foi diferente de qualquer outra. Frank Darabont chamou seu top 10 principais atores para fazer a cena entre Rick e Shane em um carro real da polícia. Todos os atores interpretaram os dois papéis e ele deixou todo mundo ler uns com os outros e não permitiu qualquer executivo da imprensa lá. Ele tinha todos os atores que estavam competindo um contra o outro e passaram o dia inteiro juntos e almoçando juntos.
Mesmo eu lendo o roteiro dos dois papéis, eu queria o de Shane e no final do dia a única coisa que decidi foi que eu interpretaria Shane, mas nós não achamos o Rick naquele grupo.
Tivemos audições privadas na garagem de Frank, sentávamos em um Prius fingindo estar num carro de polícia e atores diferentes competiam para o papel de Rick e líamos a cena juntos. Quando Andrew Lincoln entrou, todo mundo sabia que ele era o cara certo. Também lembro que meu pitbull Boss dormiu durante seu teste e havia o barulho do ronco dele no fundo da cena, e isso deixou todos a vontade e nos proporcionou uma grande risada.
Projeto atual: Colo
Laurie Holden (Andrea):
Fui chamada bem cedo no processo por Frank Darabont. Ele me pediu pra eu me filmar para o papel de Lori (que foi para Sarah Wayne Callies). Eu coloquei uma peruca preta, me gravei e mandei pra empresa, e depois me ofereceram o papel de Andrea. Eu não sabia nada sobre a história em quadrinhos, ou sobre zumbis… mas sabia que a Gale Anne Hurd, a AMC e Frank juntos seria algo especial.
Nenhum de nós imaginou que seria um fenômeno mundial, mas sabíamos que fazíamos parte de algo quando as câmeras começavam a gravar. Todos deram seu melhor. Foi um nível acima de excelência: todo o elenco e todos os membros da equipe. Criativamente, eu estava nas nuvens; me apaixonei pelas pessoas e foi uma experiência que darei valor até o final da minha vida.
Jeff DeMunn (Dale):
Eu estava trabalhando em “Death of a Salesman” em Dalas e Frank Darabont me ligou e perguntou se eu queria ir a Atlanta matar uns zumbis. Não sabia nada sobre a série, mas disse sim.
Frank não ia me oferecer qualquer coisa para mim nunca. É como ter um chefe incrível te convidando para um jantar, você não pergunta qual será o menu. Conheci tudo ao longo das coisas, eu não sabia quanto tempo iria durar; nenhum de nós sabíamos. Eu não li os quadrinhos porque sabia que seus roteiros seriam diferentes.
Lembro que em um momento Frank me disse: “Você acha que Dale usaria um relógio?” E eu disse que eu tinha uma frase favorita de William Faulkner (naquela época) e li a ele e ele colocou-a no roteiro. Quando terminamos as filmagens da primeira temporada com o episódio do CDC, lembro-me de todos nos olharmos e pensar, “Isso vai voar.” Quando você começa, não tem ideia de onde irá, mas no final da primeira temporada, sabíamos que teríamos pernas pra continuar.
Projeto atual: Filme Halfway, com Quenton Aaron, vai ao ar em 2016.
Steve Yeun (Glenn):
Eu sabia qual papel iria interpretar e lembro de ficar bastante empolgado com isso. Eu já havia lido a história em quadrinhos antes e a devorei logo antes da audição. A melhor parte do processo de seleção foi que foi uma situação bem amigável de atores.
Frank Darabont foi tão gentil e solidário o tempo todo e as diretoras de elenco Sharon Bialy e Sherry Thomas também foram muito legais comigo. A melhor parte do processo de audição, tirando a parte surreal de estar no escritório de Frank e fazer uma cena com ele te dirigindo, foi antes disso, quando Sharon Bialy literalmente me colocou pressão nos bastidores. Ela foi bem dura comigo, em uma boa maneira, onde ela quebrou meus pensamentos em excesso e nervosismo inicial. Ela me disse para sair da sala, ir trabalhar na cena novamente por uma hora e depois voltar. Lembro de voltar e ir com tudo; ela era bem mais feliz nessa época. Sempre que a vejo, lembro disso e de quanto sou grato por isso.
Norman Reedus (Daryl):
Fui a Los Angeles para a temporada piloto só pra ver o que estava na TV, porque estava se tornando muito bom.
Eu já estava assistindo séries da AMC religiosamente, como Breaking Bad e Mad Men. Havia tantos roteiros parecidos – hospitais e dramas de policial – e aí The Walking Dead era tão diferente. Ela se prendia igual um polegar inchado. Eu sentia que iria ser algo legal que eu gostaria de assistir.
Eu pedi para fazer qualquer coisa, até mesmo algo por só um dia. Eles me conseguiram uma audição – não na frente de Frank – mas eu li as falas de Merle. Já haviam me dito que Michael Rooker estava interpretando esse papel e eu pensei que talvez ele não poderia participar ou diria não por algum motivo. Eu li e voltei para Nova York depois da temporada piloto e recebi uma ligação para audição novamente. Eu voltei e li falas diferentes de Merle. Achei que talvez Rooker não faria o papel. Quando saí dos escritórios de Nova York, estava andando para casa no meio de Chinatown e recebi uma ligação dizendo que Frank criou um novo papel – Daryl – para mim. Eu fiz piruetas no meio de Chinatown! Era um sonho. Eu não sabia quanto tempo eu duraria ou se era só por um episódio, mas o emprego desde o primeiro dia tem sido a melhor experiência profissional de todas e continua sendo. Eu me sinto muito abençoado por estar aqui.
Melissa McBride (Carol):
Eu não tive uma audição para The Walking Dead. Acredito que minha “audição” foi meu trabalho com Frank Darabont em The Mist. Filmei The Mist interpretando um breve papel, mas foi um ótimo papel com um monólogo. Do nada, três anos depois, essa ligação veio dizendo que tinha um personagem em uma série de TV que Frank estava produzindo e perguntou se eu estava disponível. Foi isso. Não sabia nada sobre a série e nunca tinha ouvido falar da história em quadrinhos. Era um piloto de seis episódios e eu não apareceria até o terceiro episódio. Não se sabia – ou não falaram para mim – se sabiam ou não se essa personagem sobreviveria ou morreria, ou quantos episódios continuariam precisando de mim.
Certamente não pensei que estaria aqui na sexta temporada. Fui logo comprar os quadrinhos e percebi que tinha um mundo inteiro que não sabia de nada sobre. Eu nunca me aventurei na sessão de quadrinhos da livraria.
Quando eles falaram em quadrinhos, eu pensei “isso será engraçado?” Aí vi os quadrinhos e quando encontrei The Walking Dead meu queixo bateu no chão. Quando abri já vi uma mulher levando um tiro na jugular e pensei:
“Ok, provavelmente serei ela!”
Irone Singleton (T-DOG):
Eu fiz minha primeira audição e também a de retorno na casa do meu agente. O nome T-Dog sugeriu um personagem mais da rua, então inicialmente interpretei ele me inspirando no personagem que fiz em The Blind Side, até que Frank Darabont me aconselhou, caso contrário… Meu encontro com Frank foi bem agradável esclarecedor.
Aprendi que ele veio de uma origem humilde, o que aumentou a quantidade de apreciação e respeito que tinha por ele. Não havia lido os quadrinhos antes da audição, mas depois comecei a ler. A única ideia que tinha era que tinha outro trabalho que me pagaria… e de repente Boom! Nada sobre uma série de zumbis gritava como um mega hit, até que aconteceu.
Lauren Cohan (Maggie):
Eu fui a última a fazer a audição sem manequins falsos. Eu tinha 3 cenas, sabia que ela se chamava Maggie e enquanto eu não recebia o roteiro, sabia que as cenas que filmávamos eram as que eles escreviam. Conectei com Maggie de cara. Foi uma das poucas vezes que li um pouco e já memorizei tudo. Fiz a audição no meu antigo quarto de criança com minha irmã mais nova interpretando Glenn.
Depois que assisti a minha fita de audição, vi que tinha um cesto de roupas atrás da cena e fiquei muito envergonhada! (Risadas). A AMC perguntou se eu podia regravar a fita com mais luz, e eu pensei que eles pediram uma qualidade mais “leve”, mandei uma fita onde eu aparentava estar mais jovem, e eles falaram “Não, não, só queremos mais luz física no seu rosto!” (Risadas). Naquele ponto, eu estava na Irlanda e hospedada em um castelo onde ia acontecer o casamento de uns amigos e não havia nenhuma luz. Eu estava segurando meu laptop no canto da janela, fazendo a audição com minha cara para fora da janela. Depois de tudo, pediram pra eu ler o roteiro com Steven Yeun. Foi tão empolgante e eu não tive tempo de pensar o que isso significava. Eu marquei o trabalho e saí do casamento mais cedo, foi a audição mais rápida que já participei.
Noah Emmerich (Jenner):
Não me lembro da minha audição, até porque não tive uma. Eles me ligaram oferecendo o papel. Primeiro pensei, o que – eles me ligando de uma série de zumbis pra eu interpretar um cara louco em uma série de zumbi? Nunca tinha ido ao ar, ninguém sabia o que era, então pensei que algo estava errado com minha carreira e tudo que eu conseguia era uma série de zumbi da TV a cabo. E isso acabou virando a série mais maravilhosa. Depois ouvi que era de Frank Darabont, sou um grande fã dele, então li o roteiro e era um ótimo roteiro e um ótimo personagem. Eu estava fazendo uma leitura teatral em New York Theater Festival, era uma sexta-feira e eles disseram que precisavam de mim pra filmar em Atlanta na segunda-feira, então mandaram um carro e eu tinha uma performance domingo a tarde.
Peguei um carro, fui ao aeroporto de JFK, pousei a meia-noite, cheguei no hotel por volta de 1:30, e fui pro trabalho cinco horas depois e comecei a filmar. As coisas que filmei foram só de Jenner sozinho em seu quarto, então só conheci o elenco mais tarde, foi um começo bem estranho!
Projeto atual: The Americans da FX.
Scott Wilson (Hershel):
Não tive que fazer a audição. Meu representante me ligou e disse que estavam interessados em trabalhar comigo por dois ou três episódios. Perguntei pra qual série e eles disseram que era sobre zumbis. Disse, “me dê boas notícias”. (Risadas) Eles disseram que Frank Darabont e Gale Anne Hurd estavam envolvidos. Pedi pra ver a primeira temporada e ler alguns roteiros e 20 minutos depois eles me ligaram e disseram que me queriam por 10 ou 11 episódios.
Perguntei sobre a primeira temporada e eles ligaram novamente dizendo que meu papel seria pra segunda temporada e talvez pra terceira também. Disse pra lidarmos com isso uma temporada de cada vez. Assisti a primeira temporada e amei a série; os atores eram incríveis e os zumbis espetaculares. Quando Frank estava na escola de cinema, eu estava em um filme que se chamava The Ninth Configuration (1980) que ele amava. Ele me disse que foi ver esse filme 12 vezes quando ele estava na universidade de cinema (Risadas). Eles dois eram familiarizados com meu trabalho por causa de “In Cold Blood” e “In The Heat of the Night”. Eu não tinha feito muito trabalho de TV na época; fiz CSI e interpretei o pai de Marg Helgenberger e cheguei lá depois de trabalhar com Danny Cannon em um filme. Achei trabalhar em The Walking Dead muito interessante porque nunca tinha interpretado um personagem por tanto tempo; é bem diferente de fazer uma peça ou filme.
Projeto atual: Retorna com o ex-diretor de The Walking Dead, Glen Mazzara, na série Damien da A&E.
Emily Kinney (Beth):
Tive duas audições: uma para a direção de elenco e outra para Frank Darabont e os produtores de Nova York. Eles ainda estavam descobrindo como a Beth seria. Eu fiz audição com as falas de Maggie, mas disseram que eu seria sua irmã mais nova. As falas eram do primeiro roteiro, normalmente eles dão falas modelos, mas essa era a cena onde Maggie conversava com Glenn. Era logo após a cena do adorado zumbi bom. Na segunda audição, eles tinham algumas falas da Beth que não estavam na série; nunca terminamos de filmar.
Lembro-me de receber ligações dizendo “se você conseguir o papel, você sairá nessa data.” Tudo era tão secreto e eu não sabia quando tinha que começar a fazer as malas para Atlanta. Eles acabaram me falando um dia antes de eu ter que ir. Lembro da ligação: estava trabalhando em um projeto de teatro e toda vez que tinha uma folga eu olhava meu celular para ver se deram certeza que eu consegui o papel.
Projeto atual: Periódica em Masters of Sex da Showtime.
Danai Gurira (Michonne):
Meu processo de audição foi uma experiência bem poderosa. Houve poucos papéis de séries regulares que me fizeram querer tanto como esse. As cenas não eram reais, mas estavam ligadas à personagem. Era uma cena ótima com um bom arco para que você pudesse ver suas diferentes facetas. Eu sabia que era para a favorita dos quadrinhos, Michonne, mas no contrato colocaram um nome diferente para manter a confidencialidade. Eu lia sobre ela online e ficava impressionada porque nunca tinha ouvido falar dela antes. O processo de audição foi de roer as unhas, eu queria muito esse papel.
Cheguei ao teste final e havia outras duas mulheres cujo trabalho eu conhecia em diferentes capacidades. Nós fizemos a primeira rodada e eu não fiz tudo que queria e não fiquei feliz com isso. Fiquei contente quando a diretora de elenco (Sharon Bialy) me disse que deveríamos ficar para ouvir o que eles queriam fazer depois de ver todas. Eu estava rezando muito – e em voz alta – para que eu pudesse ter outra chance naquele quarto e mostrar a eles o que eu posso fazer. Sharon ligou para todas nós e disse que iríamos ser vistas novamente.
Recebemos notas do produtor executivo e a que eu recebi despertou algo em mim. Eu estava tão preparada para voltar que estava lutando boxe no corredor. Voltei já com experiências artísticas para interpretar aquela cena. Saí dela lá me sentindo eufórica e sabendo que deixei tudo de mim naquela sala. Fui para casa, dormi e recebi a ligação naquela noite.
David Morrissey (O Governador):
Minha audição para The Walking Dead foi encantadora do início ao fim. Primeiramente, conheci as diretoras de elenco Sharon Bialy e Sherry Thomas, e lembro de rir tanto com elas sobre um monte de coisas. Depois conheci rapidamente Glen Mazzara, que era o diretor da terceira temporada. Nós conversamos genericamente sobre o “personagem”, nada específico. O Governador nunca foi mencionado, só depois que me disseram para me preparar para ler duas cenas na frente dos produtores.
As cenas eram só para a audição, novamente nada específico. Estava bem nervoso e eu era um grande fã da série, realmente queria me inserir no elenco. Esperei em um pequeno espaço de recepção da AMC e eu podia ver Gale Anne Hurd e Glen com outras pessoas na sala ao lado. Esperei e esperei porque Robert Kirkman estava preso no transito, senti que se passaram horas, mas tenho certeza que foram só uns 10 minutos. Ele chegou cheio de desculpas e eu fui chamado para a sala. Parecia que estava lotada de pessoas. Eu só li a cena uma vez e foi isso, voltei para meu hotel, e aí meu empresário me ligou para dizer que me ofereceram o papel. Eu fiquei encantado. Depois eu passei meus próximos três meses tentando encontrar um lugar para morar em Atlanta!
Chad L. Coleman (Tyreese):
Eu sabia que iria fazer audição para o papel de Tyreese. Recebi uma ligação falando que Robert Kirkman estava de olho em mim desde que começou a me ver como Cuddy em The Wire. Ele vinha me observando a tempo e eu não sabia disso. Houve muitos murmúrios na internet sobre pessoas esperando que esse personagem aparecesse e quem o interpretaria – e eu estava em várias dessas listas. Isso ecoou nos sentimentos de Kirkman e ele disse para a AMC, “Chad será Tyreese”. Eles disseram que tudo bem, mas que tinham que ver outras pessoas também, Kirkman disse “Mas é o Chad!” Ele lutou por mim e eu sou bem grato que tudo deu certo.
Eventualmente fiz a audição com falas que não existiam. Eu consegui entrar, depois saí e voltei mais uma vez. O que mais me lembro da minha audição foi não ter um carro e ter que pegar um ônibus para Raleigh Studios em Hollywood. Aprecio demais Robert por sua teimosia e a AMC por ver o que ele viu em mim – eventualmente.
Projeto atual: The Expanse de SyFy.
Sonequa Martin-Green (Sasha):
Minha audição foi única. Eu fiz teste para o papel de Michonne, e depois que escolheram Danai Gurira – que foi a escolha perfeita – o diretor da época, Glen Mazzara, me deu o papel de Sasha. Era para eu ser um personagem recorrente e à medida que continuamos a filmar, eles ouviram minha opção de me manter como regular. Isso é tão raro e eu ainda fico bastante perplexa sobre isso, mas eu e Glen nos demos muito bem e ainda o aprecio. Ele queria trabalhar comigo e escreveu Sasha para mim. Eu não precisei voltar para a audição, ele disse que esse era meu papel. Não sabia no momento em que estava fazendo testes para Michonne qual era o papel, o sigilo é muito importante e sempre que há um teste para essa série, é bem mascarado. As falas de lado são escritas para serem misteriosas e isso definitivamente foi o caso de Michonne.
Alanna Masterson (Tara):
Lembro de ficar bem calma. Eu não
era necessariamente certa para o papel, ela era bem mais velha originalmente. E se eu não sou 100% certa para isso, usualmente só faço o teste pelo benefício de ver os diretores de elenco. Esses diretores já tinham me visto muitas vezes antes, e eu estava animada! Não fazia ideia do papel que eu interpretaria, ou que eu seria introduzida junto com o Governador, então as expectativas estavam bem baixas. Também era só pra um episódio, eles nunca me disseram que era um grande papel. No retorno, havia quatro garotas, duas que eu conhecia e eram bem talentosas e estavam sempre trabalhando. Eu entrei primeiro, e Scott Gimple estava lá com alguns roteiristas. Fiz a cena e logo que terminei já tentei sair pela porta, Scott riu e me fez sentar de volta e fazer novamente de um jeito diferente. Eu estava convencida que ninguém gostaria de mim, então tentei caprichar! Meu aniversário de 25 anos era no dia seguinte, eles me ligaram dizendo que eu estava de saída na mesma semana, três temporadas depois ainda estou aqui.
Michael Cudlitz (Abraham):
Depois de Southland ser cancelada na NBC, eu fiz o teste para o roteiro piloto de Frank Darabont e queria fazer parte disso. Aí Southland foi comprada pela TNT. Eu sabia que o ex-diretor Glen Mazzara disse que haveria alguns papéis para coisas na prisão. Quando Southland foi cancelada, recebi uma ligação da direção de elenco falando que tinham esse papel e queriam que eu fizesse a audição. Recebi um monólogo sobre esse cara que tinha parado na casa do seu amigo, e não conhecia tão bem esse amigo, mas tinha que pegar seu carro emprestado para ir ao deserto. Havia um paralelo ali com Abraham tentando chegar a algum lugar e pessoas entrando em seu caminho. O monólogo se iniciava com o discurso dos quadrinhos de “Filho da puta esperto, filho da puta burro”. Comecei a ligar isso a qual personagem estava fazendo a audição.
Tinha um dever de júri e não sabia se seria chamado. Conhecia a diretora de elenco, Sharon Bialy, desde a faculdade, e ela me deixou fazer a audição gravada porque eu não queria perder o dia do júri pela segunda vez. Ela mandou para a AMC e eles acharam que eu era muito reconhecível e passaram. Um dos pontos fortes da série é que os personagens e atores não estão conectados a nada. Duas semanas depois, eles voltaram e disseram que me queriam para o papel. Parece que o diretor Scott Gimple me amou e achou que eu era o Abraham. O resto é história.
Josh McDermitt (Eugene):
Estava na comédia da TV Land, Retired at 35, e trabalhando nas minhas coisas dramáticas. Falei para meu agente que queria que ele me incentivasse a fazer mais drama e The Walking Dead foi o primeiro papel dramático que fiz audição. Era minha série favorita e eu nunca achei que estaria nela. Não sabia que estava fazendo teste para ser Eugene. Não sabia nada sobre o personagem, mas consegui descobrir como ele era. Quando tive uma conversa com Scott Gimple, nós falamos sobre Eugene antes do meu retorno. Eles me deram falas de lado e eu inventei uma história de fundo. Para Eugene, ele estava apresentando uma grande palestra científica com uma mulher que era sua parceira cientista, eles estavam nos bastidores discutindo e ele estava professando seu amor por ela. Ele tinha um moicano na época, que fiquei com medo de ter na série também. No retorno, voltei e já havia conversado com Gimple sobre isso. Para minha cena, eu estava em uma reunião de 10 anos do ensino médio e repreendendo o capitão do time de futebol e sua esposa líder de torcida e falando merda com eles sobre como sou inteligente, como ganho muito dinheiro e como consigo a melhor pontuação em qualquer jogo do Xbox que jogar. Houve uns momentos que realmente pensei que não conseguiria o papel e estava preparado para seguir para a próxima.
Christian Serratos (Rosita):
Quando ouvi pela primeira vez que faria uma audição para The Walking Dead, perguntei se era só um período – de um jeito, ainda acho que estava certa. Depois disso, lembro que me falaram firmemente para desligar os programas de reality e fazer meu dever de casa. Tudo aconteceu mais rápido que eu imaginava, recebi uma ligação para ler o roteiro de uma personagem com um nome diferente em um esforço para manter toda a pressa. Depois que inicialmente li para o papel, falei pra mim mesma para esquecer isso. Não muito tempo depois falaram que eu ia para um retorno típico – exceto que era uma sessão com Robert Kirkman e Scott Gimple. Eu disse a mim mesma que devia entrar lá, fazer tudo certo, esquecer disso e beber um coquetel. Aí eu consegui o emprego.
Andrew J. West (Gareth):
Não fazia ideia de que papel interpretaria. Nunca tinha feito teste para a série antes e era um monólogo de duas páginas, eu era um cara que trabalhava em um escritório, o apocalipse zumbi não havia rolado e eu estava falando sobre meu trabalho das 9 às 17h. Mas na cena, estava claro que tinha acabado de matar alguém e tentava esconder o corpo, aí um dos meus parceiros de trabalho entrou no meu escritório e notou uma mancha de sangue e um pé saindo pra fora, e meu personagem disse “Merda, agora tenho que matar esse cara também.”
Eu acabei com ele e tive esse longo monólogo onde dizia algo do tipo “Foi culpa do seu azar que você entrou aqui, o lugar errado na hora errada, e não é sua culpa, mas nós temos que fazer certas coisas e agora tenho que te matar.” Não sabia o que isso significava. Consegui o trabalho, e nas cenas iniciais do Terminal eu não percebi que eu fiz isso na audição.
Quando comecei a gravar o segundo episódio da quinta temporada, onde tinha todo um monólogo do Bob (Lawrence Gilliard Jr.), aí senti que era bem similar a audição. A AMC inicialmente me disse que só seria um episódio, talvez um pouco mais. Eles me disseram indo para a quinta temporada que seriam apenas três episódios, mas me promoveram como regular da série, talvez para atirar na audiência. Pagaram um pouco mais por isso, o que foi ótimo!
Alexandra Breckenridge (Jessie):
Fui chamada para uma audição para o papel de Emily, mas interpretei o papel de Samantha. A cena tinha 3 páginas e nem estava no roteiro, não era um personagem para a série. Era uma cena inventada para que eles conseguissem ter uma ideia de mim.
Uma das coisas que eles procuravam para a personagem era alguém que fosse forte e vulnerável ao mesmo tempo. Tentei fazer tudo que pude.
Tovah Feldshuh (Deanna):
Minha audição foi bem louca. Estava indo para Galápagos e me mandaram o roteiro, e era muito bom. Eu mudei meu voo, eles mudaram a data da audição e foram generosos o bastante para me mudar para as 11h. Cheguei lá as 10:45, fiz o teste e fui direto para o aeroporto. Era uma cena para o cabeça da inteligência – como o cabeça da CIA – e eu tinha acabado de interpretar a cabeça da inteligência para Covert Affairs da USA Network, onde tinha que falar Hebreu fluente, o que eu não falo. Amei a cena e me disseram que isso não tinha nada a ver com a série.
Foi uma audição misteriosa. Fui para minha viagem e não ouvi nada sobre isso por uma semana. Eu estava no meio de uma cratera quando eles finalmente me acharam e começamos a negociar. Não sabia se queria fazer a série; eu nunca tinha visto The Walking Dead porque sou bem melindrosa. Scott Gimple me ligou e me convenceu a pegar o papel. Aí essa coisa estranha aconteceu quando eles me colocaram no avião de Galápagos direto para Atlanta. Conheci Scott e Greg Nicoteco e discutimos sobre minha personagem por quase uma hora, fomos para uma prova de figurino e eu tinha uma cena de 10 páginas com Andrew Lincoln no dia seguinte. Foi como ser atirada de um canhão.
Tyler James Williams (Noah):
Peguei umas falas de lado que fizeram Noah parecer um cara malvado que estava manipulando uma balconista de uma loja para deixá-lo roubar algo.
Ele era charmoso e estava flertando muito com ela. Quando li, pensei que interpretaria um cara malvado. Essencialmente isso foi usado para convencer Beth a deixar o Hospital Grady Memoral. Estava em Nova York na época e não pude conhecer o elenco, gravei minha audição em fita e mandei. Sou um grande fã da série, queria o trabalho, mas ao mesmo tempo não queria. Queria porque seria tão legal, mas não queria porque eu era tão fã da série que não queria atrapalhar isso. É uma das poucas séries que vejo constantemente. Foi algo bem estranho, eu não ouvi nada por dois meses, e eles me ligaram em uma quinta-feira dizendo que eu iria para Atlanta no domingo e para eu me preparar. Esse é um daqueles trabalhos que muda sua vida e definitivamente mudou para mim.
Sendo um fã, eu estava tentando saber com quem eu estava conversando e quem eu possivelmente interpretaria. Estava procurando nos quadrinhos e tudo, mas eles fazem um excelente trabalho escondendo!
Projeto atual: Criminal Minds: Beyond Borders da ABC.
Fonte: WalkingDead BR
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