O texto abaixo contém spoilers sinta-se avisado
The Walking Dead começou a sexta temporada de forma exemplar. Os episódios alteraram o ponto de vista, a fórmula da narrativa, as cores e até os estereótipos de alguns personagens. No último capítulo, porém, o seriado voltou aos tempos de enrolação e apresentou uma situação que pode travar o desenvolvimento de uma trama promissora.
Os mistérios envolvendo Glenn (Steven Yeun) e o restante do grupo fora de Alexandria tomaram conta da temporada. Isso não seria problema, caso a resolução ou a continuação deles fossem feitas de forma rápida e cirúrgica. O roteiro decidiu dar um respiro nos acontecimentos dramáticos dos últimos episódios e soou como o primeiro destes novos capítulos.
Nenhum dos protagonistas de "Now" tem um arco que precisa de um episódio inteiro para se resolver. Tara (Alanna Masterson) e Deanna (Tovah Feldshuh), por exemplo, atestam fatos secundários para a série, mas carregam boa parte do episódio. Os dois dilemas poderiam ser encerrados em outros momentos. Não é algo que atrapalhe a série como um todo, claro, mas difere da assertividade dos capítulos anteriores.
Glenn e seus amigos
Para o povo preso em Alexandria, agora cercada por uma horda gigante de zumbis, Glenn, Abraham (Michael Cudlitz), Daryl (Norman Reedus) e os demais estão em apuros e provavelmente mortos. E é aí que a série comete seu maior erro no ano atual: usar a situação de Glenn como uma muleta. O muro memorial de Alexandria exemplifica isso bem, quando o nome do personagem é escrito e, no fim, apagado.
É como se os escritores brincassem com o espectador, fazendo um jogo de adivinhação - nem o mistério de Sophie na fazenda de Hershel foi uma muleta tão descarada, já que ninguém sabia realmente onde a menina estava. Aqui, o espectador foi colocado em uma situação onde não sabe o que pensar, ficando mais perdido que Maggie (Lauren Cohan), a esposa de Glenn. Uma hora ela desiste do marido, na outra ela acredita que ele está vivo.
A intenção do roteiro parece transmitir a angústia de Maggie para o espectador, replicando um sentimento que, na verdade, não tem a mesma origem. Se Glenn estiver vivo fica a prova da falta de brios dos roteiristas; caso ele esteja morto, faltou coragem de mostrar isso logo no início da temporada. De qualquer jeito, o caminho para a série achar uma resposta satisfatória para este problema desnecessário não será fácil.
Fonte: Omelete
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