segunda-feira, 3 de julho de 2017

Mais de 300 apps da Google Play Store usavam Androids como faixada para cliques



A Google Play Store deveria seu o porto-seguro para os usuários de dispositivos Android, já que em tese todos os apps ali disponíveis passariam por um rigoroso controle e não ofereciam riscos. Isso no entanto nunca foi verdade, a lojinha sofre desde sempre com aplicativos falsos e maliciosos, e a empresa vira e mexe faz uma limpa para remover essas ervas daninhas. O problema é, esses apps continuam evoluindo e driblando as diretrizes da loja.

Além dos já conhecidos apps manjados que roubam dados e exibem anúncios fraudulentos e invasivos, uma nova categoria de malware vem se espalhando na Play Store, os que transformam os dispositivos em fazendas de cliques. A denúncia veio da companhia de marketing e proteção contra fraudes eZanga descobriu, através de uma solução proprietária chamada Anura que certos aplicativos do Android faziam tentativas de cliques sozinhos em anúncios, sem que o usuário saiba. A partir daí começaram a monitorar dois apps de papéis de paredes, chamados Lovely Rose e Oriental Beauty.

O resultado foi desconcertante: mantidos durante 24 horas em modo suspenso, os apps fizeram 3.061 solicitações de anúncios e geraram 161 cliques com sucesso. Segundo a eZanga pelo menos 317 apps presentes na Play Store e outros 1.300 disponíveis em outras fontes possuem um comportamento semelhante, em que criam ads e clicam neles sozinhos sem o consentimento do usuário, gerando renda aos publishers de forma fraudulenta. De acordo com seus cálculos, esses apps podem custar entre US$ 62 mil e US$ 214 mil ao anunciantes por dia (com um valor base de US$ 0,015 por clique) e podem ter causado a evasão de assombrosos US$ 6,5 bilhões só em 2017.

Detalhe, a eZanga admite que esse valor pode ser muito maior visto que o número de cliques no período real gerado pelos apps pode não ser o detectado na pesquisa. Não obstante, tais apps levam ao consumo anormal de bateria e de dados móveis dos usuários e como na prática são malwares, não há garantias de que esses aplicativos não se tornem mais agressivos no futuro e passem a coletar informações sensíveis dos aparelhos móveis em que estão instalados. Segundo a eZanga, tais apps suspeitos acumulam entre 4,1 milhões e 14,2 milhões de instalações.

A agência obviamente irá informar o Google e avisar da falcatrua, que não só deverá banir tais apps da Play Store como espera-se que ela endurecerá as diretrizes para evitar que novas aplicativos do tipo sejam submetidos. Até lá vale a dica de ouro: não instale qualquer coisa em seu Android, mesmo que seja um app aparentemente legítimo. Verifique as permissões, as notas dos usuários e quem o publicou e na dúvida, fique longe.


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