terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Conheça o Silent Hill 2: Enhanced Edition

Silent Hill 2: Enhanced Edition, um fantástico projeto criado por fãs e que está tornando muito melhor a versão para PC do clássico da Konami



Alguns jogos são tão bons, que mesmo vários anos após seus lançamentos, continuam divertindo aqueles que os experimentam. Porém, conforme a tecnologia vai avançando, seria muito bom se eles recebessem atualizações por parte dos criadores para adaptá-los a atualidade, mas como isso nem sempre acontece, cabe aos fãs à dura tarefa de melhorar esses clássicos. Este é o caso do simplesmente espetacular Silent Hill 2.


Lançado originalmente para o PlayStation 2 em 2001, o título ainda recebeu uma versão para o Xbox alguns meses depois e só foi aparecer nos computadores no ano seguinte. O problema é que aquele é que apontado por muitos como o ápice da franquia chegou numa época em que não tínhamos acesso a recursos como alta resolução ou telas com proporção wide, o que fez com que o título não envelhecesse tão bem quanto gostaríamos.


Em 2012 a Konami até se dispôs a rejuvenescer o Silent Hill 2 e o seu sucessor, colocando a Hijinx Studios para criar versões remasterizadas de tais jogos, mas o resultado não ficou muito bom e na época vimos reclamações até mesmo do diretor de arte dos três primeiros títulos, Masahiro Ito. Além disso, como o Silent Hill HD Collection apareceu apenas no Xbox 360 e PlayStation 3, os jogadores de PC continuavam limitados a uma conversão ruim, e aqui vale uma explicação.

Contando com problemas tanto nos efeitos visuais quanto na parte sonora, a versão do jogo para PC não foi criada pela Konami e sim por um pequeno estúdio inglês chamado Creature Labs. Mas antes que as pedras e foices sejam apontadas para aquela equipe, o programador chefe Dean Calver explicou que o desafio que eles tiveram que encarar na época foi algo fora do comum.


Mesmo com a editora tendo lhes dado acesso ao código-fonte e demais arquivos do Silent Hill 2, eles tiveram problemas na hora de exportá-los, o que os obrigou a recorrer à engenharia reversa. Só para que você entenda melhor a situação, o código estava repleto de comentários feitos em japonês e quando eles usavam primitivos sistemas de tradução, era comum se depararem com frases que não faziam muito sentido.

Para piorar, a equipe tinha uma janela de apenas cinco meses para o desenvolvimento, o que inevitavelmente fez com que muitos bugs não pudessem ser corrigidos. Outro ponto que pesou contra esta versão foi o fato de na época os drives de DVD ainda não terem se tornado comuns nos computadores e como o jogo acabou sendo distribuído em CDs, várias partes tiveram que ser comprimidas, incluindo o áudio.

“O nosso requerimento mínimo era provavelmente duas ou três vezes mais baixo que os consoles e nós não tínhamos os truques de baixo nível que as versões para console podiam fazer,” explicou Calver. “É por isso que a iluminação e as sombras eram um pouco diferentes.”

Este cenário começou a mudar em 2016, quando um sujeito conhecido pelo apelido Ratiocinator percebeu que ao tentar jogar o Silent Hill 2 de Xbox ou PlayStation 2 em uma TV LCD, a imagem ficava muito borrada. Dedicado a encontrar uma maneira de melhorar a situação, ele descobriu uma grande quantidade de correções feitas por fãs na versão para PC, incluindo uma maneira de fazer com que o jogo funcionasse em widescreen e que havia sido criado por uma dupla de modders que atendiam como ThirteenAG e Aero_.

Ratiocinator então passou a enviar sugestões para aquele projeto e conforme ele ganhava corpo, outras pessoas se interessaram em contribuir, o que os levou, por exemplo, a melhorar o áudio. Para isso o grupo extraiu mais de 1.500 arquivos de áudio da versão do jogo para PS2, mas para que eles pudessem ser utilizado no PC, foi preciso a criação de uma ferramenta para fazer a conversão e aumentar o buffer de memória no código, tarefas que ficaram a cargo de Elisa Riedlinger. O resultado foi a disponibilização até de áudio binaural, o que sem dúvida torna a imersão muito melhor.


Já na parte visual, uma das melhorias que mais chama a atenção é nos mapas e nos arquivos de textos. Se antes era praticamente impossível identificar o que estava escrito nas folhas de papel ou nas paredes, graças ao esforço deste pessoal, hoje o Silent Hill 2 parece muito mais com um jogo que foi lançado após a popularização das telas de alta definição.

A equipe ainda consertou diversos problemas relacionados as máquinas mais modernas, como por exemplo um bug que acontece nas placas da Nvidia e que fazem com que sombreamentos pretos fiquem brancos em certas partes do jogo. Outro exemplo do perfeccionismo desse pessoal está na característica névoa da série. Recentemente Ratiocinator descobriu o endereço de memória que controla o efeito e após vários meses de testes, eles conseguiram controlar a velocidade do nevoeiro e fazer com que ele ficasse muito mais parecido com o que tínhamos no PlayStation 2.

Basta dar uma olhada nas imagens comparativas no site do projeto para entender o nível que ele atingiu ou então assistir o vídeo abaixo. No entanto, os envolvidos afirmam que ainda há muito a se fazer, mas eu não teria receio de dizer que se você quer jogar o Silent Hill 2, não existe uma maneira melhor de se fazer isso do que usando essas modificações.

O (grande) problema é que o jogo não está disponível para a venda de forma digital em lugar algum, mas como recentemente o GOG passou a vender o Silent Hill 4: The Room, fica a expectativa para que em breve o segundo jogo da série também apareça por lá.




Fonte: Meio Bit

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