O Famicom Disk System
Para entender a razão da existência do Famicom Disk System, vamos voltar no tempo, para 1985. Com o “crash” de 1984, os video-games estão mortos na América, e a indústria passa por dificuldades na Terra do Sol Nascente. Entretanto, os cartuchos ainda estão engarrafados na era clássica dos video-games, mas com um preço um pouco alto para os consumidores, chegando a custar entre 5000 e 6000 ienes (entre US$40 e US$50). A estratégia da Nintendo, foi então de lançar uma espécie de acessório para o Famicom. Uma unidade de disquetes, chamada de Famicom Disk System, lançada no início de 1986 somente no Japão.
Os jogos eram publicados em Disks, disquetes muito parecidos com o de computador atualmente (3 e 1/2 polegadas). Enquanto um cartucho de Famicom custava em média 5000 ienes (US$40), um Disk custava apenas 2000 ienes (US$20) – de fato uma boa estratégia para desviar atenção de quem comprava produtos da Sega, ou da própria Nintendo, pois ela mesma sairia ganhando.
Mas o FDS não fez muito sucesso, apesar de seu preço baixo. No início de seu lançamento, o público ficou encantado, principalmente por um jogo inovador estrelado por um garotinho de orelhas pontudas surgir: foi o primeiro jogo da série The Legend of Zelda, lançado primeiramente para o FDS. The Hyrule Fantasy – Zelda No Densetsu era o nome do game, criado pelo guru Shigeru Miyamoto. O público esperava então que mais jogos como Zelda fossem lançados para o acessório. Mas isso não aconteceu.
Jogos no formato disquete para o Disk System
O problema, então, que afastou os consumidores, foi a baixa qualidade dos gráficos e diversão que os jogos do acessório proporcionavam. Se o FDS era tão poderoso quanto o Famicom, por que toda essa baixa qualidade tomou conta, então? Foi a preguiça das empresas de não desenvolverem games como The Hyrule Fantasy – Zelda No Densetsu. Ao invés de games realmente interessantes serem lançados aos poucos, o que acontecia era o lançamento de jogos nada interessantes e aos montes. Uma grande parte dos jogos eram terríveis. Títulos já conhecidos por nós se salvavam desta catástrofe: Super Mario Bros 2, (conhecido por nós como The Lost Levels, em Super Mario All-Stars), Metroid, Volleyball, Ghosts ‘n Goblins, Zelda, Castlevania I e Castlevania II e outros.
O FDS, portanto não se tornou um sucesso porque a Nintendo e as suas softhouses não quiseram. O que o consumidor queria era diversão nos jogos, e não a rapidez com que eles eram lançados. A exemplo disso, em pouco mais de 1 ano, mais de 180 jogos foram lançados, uma média de 15 por mês, enquanto que o normal (no NES/Famicom), era de apenas 10 no mês – em tempo de safra! Poucas softhouses fabricaram jogos para o console. 60% dos jogos lançados foram da Nintendo, 25% da Konami e apenas 15% de outras softhouses, como Bandai, Sunsoft e DOG (Disk Original Group). Empresas como Namco e Hudson simplesmente ignoraram o sistema. Um ano e meio depois do FDS ser lançado, a Nintendo lançou Zelda 2 (The Legend of Zelda 2 – Rinku no Bouken). Já não adiantava mais. O Famicom já tomava conta de todos os asiáticos.
Cada disquete podia conter mais de 128Kb. Exemplos disso foram jogos como Zelda, Super Mario Bros. 2 (jap) e Ghosts n’ Goblins. Os demais jogos usavam pouco mais, ou até menos do que 64Kb. O FDS teve uma vida bem curta, e não chegou a ser lançado nos EUA, talvez por seu estilo puramente japonês. Mais de 2 milhões de unidades de FDS foram vendidas em 1986. É importante saber, contudo, que jogos de muito sucesso foram lançados inicialmente para o FDS e só depois foram convertidos para o Famicom e o NES (para o lançamento no ocidente).
Outro detalhe importante que contribuiu para a extinção do sistema de disquetes da Nintendo foi que uma de suas diretrizes iniciais acabou virando um empecilho sério para a empresa. Um dos objetivos dos jogos em disquete era trazer um preço mais baixo ao consumidor, pois a fabricação dos mesmos era muito mais rápida e simples. Enquanto um cartucho de Famicom custava cerca de 6000 ienes (mais ou menos 59 dólares) um jogo em disquete saía na faixa dos 2500 ienes (24 dólares), entretanto, essa facilidade de produção e baixo custo se tornou um inimigo para a Nintendo – Ficou muito fácil para piratear e produzir ilegalmente jogos do sistema mais famoso da época. Milhares de cópias piratas começaram a surgir no mercado, especialmente em Hong Kong, o que fez a Nintendo retornar novamente à política dos caros cartuchos – porém também pirateados, mas em menor quantidade.
COMO USAR O FDS
Seu sistema não é difícil de se operar. Empurre a chave “Power” para frente. Na tela, aparecerá uma mensagem: “Please set disk card” (Por favor, insira o disco), com um fundo de uma placa da Nintendo, com Mario e Luigi correndo pela tela.
Depois, uma nova mensagem é exibida: “Loading” (Carregando). Excelente! Exceto se o seu FDS ficar fazendo barulhos estranhos ou não passar daquela tela… O que será isso? A faixa de carregamento do sistema quebrada. É comum acontecer isso em sistemas usados. Para arrumar isso, 1000 ienes resolvem o problema. Excelente também seria se uma frase dizendo “Disk trouble” não aprecesse na tela…:
Você deve ter percebido também que problemas no funcionamento do FDS ajudaram ainda mais no desinteresse do consumidor pelo aparelho. Por alguma razão, a Nintendo fez o FDS utilizar seis pilhas tamanho AA e não um adaptador A/C (fonte). Estranho não? Pois acredite. A Nintendo provavelmente achava que nós iríamos jogar num avião ou no carro. Algum tempo depois, a Nintendo lançou um adaptador A/C para o FDS.
Atualmente, um FDS é facilmente encontrado no Japão.
Fonte: NES Archive
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